Agrela 

História e localização

Situa se no extremo norte do concelho, e estende-se ao longo de um vale de rara beleza, estabelecendo os limites entre os concelhos de Fafe e de Guimarães. Será de recordar que em Agrela, e ainda antes de motins de Fonte de Arcada, em Março de 1846, «várias mulheres armadas de sacholas e fouces sepultarão à força sem prévia licença e bilhete do Commissario de Saúde o cadáver de Custódio Joze Rebello».

O seu nome deriva de "Ager", que em latim, significa campo. Portanto, Agrela quererá dizer campo pequeno, ou melhor pequena extensão de terra produtiva. No levantamento arqueológico do concelho de Fafe, há notícia de um refúgio fortificado entre Serafão e Agrela, o que demonstra que alguns terrenos que formam estas freguesias foram habitados em épocas pré-históricas. Já em épocas históricas, a antiguidade desta freguesia remonta pelo menos o século XI, segundo um documento datado de 26-12-1084. A atividade agrícola é a mais praticada e traduz-se pela preservação de uma ruralidade ancestral, sendo então uma freguesia de predominância rural.

Nas inquirições de 1220, há referências a Santa Cristina de Agrela, que pertencia ao concelho de Guimarães, mas passou para o concelho de Fafe, após a criação deste em 1853. Pelo Decreto de 31 de Dezembro de 1853, Agrela deixou o concelho de Guimarães, onde permanecia desde a Idade Média, ingressando para Fafe. Fazem parte da freguesia os lugares de Aldeia, Assento, Cabo, Chão de Fojo, Fojo, Eidos, Igrejinha, Lajes, Outeiro, Portela, Ribeiro Gonçalo, Souto e Vinhas.

Foi sede de uma freguesia extinta em 2013, no âmbito de uma reforma administrativa nacional, para, em conjunto com Serafão, formar uma nova freguesia denominada União de Freguesias de Agrela e Serafão com a sede na Rua do Dr. Parcídio de Matos, 70, em Serafão.


"Como um rio que galga uma ponte...

Situada num vale fértil e aprazível, na fronteira com os concelhos de Póvoa de Lanhoso e Guimarães, Agrela vai sobrevivendo "ás marés"... E compará-la a um rio, é talvez a melhor forma de a identificar. Uma freguesia que corre ao sabor do tempo, mas que transborda em cada olhar um sentimento de pertença. Um povo que procura melhores condições de vida, galgando as dificuldades de quem vive longe do centro do concelho.

De características marcadamente rurais, Agrela localiza-se na zona norte do concelho e é uma das freguesias mais pequenas de Fafe, pagando com a sua história os custos do isolamento. A distância que separa esta freguesia, da sede do concelho, impede que se façam investimentos de nomeada, permitindo ao mesmo tempo, que se verifique um exôdo rural e um natural envelhecimento da população que ali se vai mantendo.

Há notícias da existência no seu território de importantes vestígios de ocupação pré-histórica e de redutos castrejos, conhecendo-se igualmente documentos relativos à freguesia na Idade Média, concretamente no século XI. Santa Cristina, é a padroeira de Agrela, em honra da qual se organiza a habitual festa anual. Tal como algumas freguesias que estabelecem limites com outros concelhos, Agrela já pertenceu a Guimarães, tendo sido anexada a Fafe em 1853."

in Terra Viva, 2001 (Jornal Correio de Fafe)


Bandeira e Brasão

A bandeira e o brasão de Agrela contém os seus símbolos identificadores e os vários valores da terra, ou seja:

  • Tenaz de vermelho simbolizando a sua padroeira Santa Cristina
  • Faixa verde representando terra fértil
  • Duas espigas de milho folhadas de prata simbolizando a sua vocação de terra agrícola
  • Rodízio Hidráulico de negro representando os moinhos, antiga indústria de moagem- Coroa mural de prata com três torre.
  • Listel branco com a legenda a negro AGRELA - FAFE
  • Bandeira vermelha cordão e bolas de ouro e vermelho

Igreja Paroquial de Santa Cristina de Agrela (Lugar de Igrejinha)

Igreja Paroquial/ Apontamento Histórico:

Orago: Santa Cristina de Bolsena, Virgem e Mártir (288-300) - Cristina nasceu na Toscana (Itália), perto do lago de Bolsena, no ano 288 d.C., e com apenas 12 anos morreu mártir, no ano 300 d.C. Era filha de Urbano, oficial do exército em Tir, na Etrúria, parte da Toscana. Urbano era rude de sentimentos e inimigo dos cristãos. Em sua própria casa, muitas vezes os cristãos eram submetidos a interrogatórios humilhantes. Diante de tais cenas, Cristina se perguntava qual o motivo da serenidade e alegria dos cristãos, que ela já começava a admirar e venerar.

A resposta veio por uma escrava cristã, que a preparou para o Batismo. Urbano desconfiava que a filha se interessasse pela comunidade cristã. Deu-lhe ordem de prestar culto a ídolos, queimando incenso. A menina negou-se a isso. Interrogada pelo pai, Cristina respondeu: "Tolo é vosso medo, tola a vossa advertência; diante de um deus cego aos sofrimentos do povo, surdo ao clamor dos fracos, eu não peço favores e não acendo uma vela. Ao Deus vivo, ao Senhor do céu e da terra que nos enviou seu Filho Jesus, a este, sim, apresento sacrifícios de verdade e amor". (...) Deus escolhe o que é fraco para confundir os fortes. Na fraqueza física desta adolescente, Ele mostrou a força da perseverança na fé, que deve animar cada cristão.

O testemunho de Cristina está ai: "Foi fiel a seu Deus, apesar de inúmeros e imensos obstáculos que teve de enfrentar em sua tenra idade".

Memória: 24 de julho, antigamente celebrava-se o Sagrado Lausperene no próprio dia, agora celebra-se no fim-de-semana coincidente ou seguinte à data.

Festa: Celebra-se a Festa no primeiro fim-de-semana de agosto, com pregações a partir da quarta-feira anterior, Procissão de Velas na sexta-feira (sai da Igreja dá a volta à freguesia e regressa Igreja Paroquial) e no domingo Eucaristia Cantada de manhã e Procissão da parte de tarde - Organização: Comissão de Festas de Santa Cristina.



Lenda do Penedo


A lenda é baseada em Santa Cristina e surge na freguesia de Agrela, num penedo no alto do monte. Esta lenda surge devido à fé destas pessoas nesta Santa. Existem relatos que foi neste penedo, que se deu a aparição de Santa Cristina. Relatam também a existência de uma pegada neste penedo, local onde a santa terá pousado o seu pezinho. Mencionam ainda a existência de uma capela, que hoje, só é visível a estrutura em pedras, pois com o passar dos tempos foi desaparecendo e subterrada pela natureza.

Fonte: https://agrelafafe.blogspot.pt/p/historia.html


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